sábado, julho 17, 2004

Festa da foda na faculdade
 
Sou bruscamente acordado pela minha mãe, esta merda começava mal.
Que queres, mãe?
Acorda, telefonema para ti...
E da próxima vez diz aos teus amigos que eu não tenho cara de ser tua secretária.
– refilava ela.
Peguei no telefone, ainda ensonado, e mandei-a sair do quarto.
Quem fala? – perguntei eu.
Sou eu, o Zé!
Ah sim, tu. Que queres a estas horas, caralho?
Estas horas?! São quase cinco da tarde.
– respondia ele.
Então não é de manhã? Foda-se, mas que dia é hoje?
Sinceramente não sabia às quantas andava, apenas me recordei do que tinha feito anteriormente quando olhei para o chão do quarto e vi e a roupa espalhada. Era a mesma que trazia vestida naquela manhã, quando voltei da Serra da Arrábida.
Um gajo deitar-se às horas de almoço e acordar a meio da tarde, origina esta sensação de desnorteado. Nem seis horas tinha dormido, mantinha os neurónios ainda a ressonarem.
João, deixa de ser parvo. Tenho uma novidade para te contar. – disse o Zé, todo contente.
Imagino... Ganhaste a lotaria e queres dividir isso comigo.
Não, bem melhor. Conheci a mulher da minha vida...
Passámos esta noite na praia dos Coelhos, foi espectacular.
Engraçado, estive na praia ao lado, na Figueirinha...
Então?
– perguntou o Zé.
É uma longa história, depois conto-te. – finalizei eu.
Desligámos a chamada mas antes combinámos um cafezinho para aquela tarde, numa esplanada do Barreiro.
Levantei o cú da cama e tratei de vestir qualquer merda para ir ter com o Zé.
Saí de casa sem tomar banho nem me pentear, simplesmente não estava com paciência para essas mariquices.
Tinha uma nova mensagem no telemóvel, era da Elsa.
Mais uma vez me alertava que o Alexandre tinha fugido do Hospital e que ainda ninguém sabia nada dele. Foi então que me lembrei desse gajo, talvez ele tivesse ido para casa mas com a pedrada que estava naqueles cornos, devido aos analgésicos que lhe deram para as dores no cú, o mais certo seria ter ficado a dormir nalguma esquina perto do Hospital.
Cheguei ao Clube Naval, uma esplanada no Barreiro, bem frequentada e com vista para o Tejo.
O Zé já lá estava, todo sorridente.
Estou a ver que deste uma foda ontem à noite. – comentei eu, na brincadeira.
Não... Fiz amor com uma menina linda!
Aquilo prometia, ele não só estava contente como também falava bem dela.
O Zé estava impaciente para me contar a sua aventura, se fosse gaja, ele estaria certamente com o pito aos saltos. Bebemos duas imperiais cada um e no início da terceira, o Zé acabava de me contar a sua noite inesquecível, com todos os detalhes.
Agora que ele estava sem namorada, tinha sido promovido a companheiro putanheiro de engates, mas o cabrão dizia que estava apaixonado por outra menina, a Mónica.
Desde que a Paula e eu acabámos, passei uns tempos na merda e reduzido às punhetas.
Não conseguia gostar de outra rapariga, agora com a Mónica, tudo mudou e sinto-me realmente feliz.
– acrescentou ele.
Pensei que aquilo tivesse sido somente uma foda de vaza colhão, por ele andar esfomeado, mas na verdade até parece que foi dada com sentimento e o Zé ficou completamente apanhado por ela.
Não querendo quebrar a sua alegria, contei-lhe o que tinha ido fazer à Arrábida depois de ele me deixar na porta do ginásio. Ficou triste por saber que a Patrícia andava novamente a monte mas reconfortou-me e fez-me entender que talvez tivesse sido o melhor para mim.
Fiquei mais calmo, aquilo que uma conversa com um amigo e três imperiais fazem a um gajo.
Depois de tanta conversa, eram horas de jantar e fomos para casa. Telefonei para a Diana, não falava com a minha doce loirinha desde a manhã, quando ela me levou a casa. O cheiro do seu corpo ainda permanecia no meu, como ela estava tão próxima de mim e ao mesmo tempo tão distante. Não somente pela distância que nos separava mas também por todo o meu envolvimento com a sua irmã.
Foi um telefonema triste, decidimos esquecer o que tinha acontecido entre nós naquela manhã e continuar somente como bons amigos, mas como daria para esquecer tal corpinho, tão bela carinha e mais difícil ainda, o calor dos seus beijos.
Sentia-me triste mas um pouco aliviado, não queria misturar o que sentia pelas duas irmãs numa só.
Cheguei a casa, à boleia com o Zé, cansado e triste, acabei por não jantar.
A minha mãe tinha uma novidade para me contar, não estava com paciência para a ouvir e dirigi-me para o quarto, até que ouvi o nome Alexandre. Parei para escutar o que ela tinha para me dizer e foi então que fiquei a saber que o Alexandre tinha sido encontrado a dormir à porta dum café nas imediações do Hospital e foi de imediato levado para lá.
Era menos uma dor de cabeça para mim, sabendo agora que o meu amigo estava de novo sob cuidados médicos.
Fui dormir, era a terceira vez que me deitava sobre um colchão naquele mesmo dia.
 
Cinco dias passaram...
Finalmente chegava a sexta-feira, após dois exames pelo meio da semana. Tinha-me livrado da faculdade naquele semestre, os exames já faziam parte do passado e agora começavam as festas académicas.
O dia permanecia numa pasmaceira, apenas quebrado pela infalível punheta matinal de bons dias ao caralho e tinha também ido buscar o meu carro à oficina.
Jantei e fui sair com os amigos, infelizmente, o Alexandre ainda estava de cama mas agora em casa.
Já não me reunia com todos estes gajos, faziam agora quase duas semanas, os exames e as noites passadas de cona em cona, deixavam uma janela pouco aberta para o convívio entre amigos.
O Rui, sentado ao meu lado direito, recebeu um telefonema dum amigo dele que é Relações Publicas duma agência de modelos e nos convidou para uma festa no Blues Caffe.
Aceitámos o convite, para mais, entrar numa respeitada discoteca de Lisboa e de borla, era bom demais para se recusar. Lá íamos nós para as Docas, o caminho não é muito longo mas o Zé estava com ideias de levar o seu novo apêndice, a menina Mónica.
Ela também vai, caralho! – insistia o Zé.
Este gajo deveria estar parvo...
Iam quatro gajos para uma discoteca bem frequentada por cona fina de Lisboa e ele a querer levar uma empata fodas. Gerou-se alguma polémica sobre a inclusão da Mónica no grupo de engate.
Epah... vejam lá isso. – tentava o Luizinho amansar a situação.
Quando tu vais à praia, o que é que tu nunca levas? – perguntei eu, ao Zé.
Sei lá, foda-se. Que merda de pergunta é essa agora?
Responde lá, caralho. Podes levar de tudo, excepto uma coisa.
– acrescentei.
O Zé não estava a chegar lá nem a perceber porque lhe perguntava aquilo...
Não sei, diz lá. – respondeu ele.
É a areia... Tal como quando vais para uma discoteca, não levas gajas porque já há lá muitas.
Acho que ele ainda não tinha percebido na totalidade o que lhe acabara de dizer.
Foda-se, essa foi muito à frente. – metia-se o Rui ao barulho.
Poucos minutos depois, estávamos em frente à casa da Mónica, esperando por ela.
Como iam dois carros para Lisboa, achei por bem levar mais uma amiga connosco para equilibrar as coisas. Telefonei para a Cátia, uma amiga linda pela qual tenho muita estima.
Agora na presença das meninas, seguimos para as Docas, onde toda a emoção nos esperava.
Passava meia hora da meia-noite, aproximámo-nos da entrada do Blues Caffe.
Estavam dois gorilas na porta que nos olhavam de alto a baixo, na esperança de nos barrarem a entrada.
Boa noite, hoje só com cartão de cliente. – disse um dos gorilas.
Nós fomos convidados a vir cá hoje... – dizia o Rui, sendo interrompido por um deles.
Vocês aqui não entram, tu e os teus amigos vão brincar com as pilinhas e desapareçam daqui.
Sim, a não ser que queiram passar por cima de nós.
– começava o outro também a cagar sentenças.
Estávamos a ficar fartos destes gajos, não eram ninguém na vida e comportavam-se como se fossem donos da discoteca. O Rui ligou para o seu amigo Relações Publicas, que já se encontrava dentro do Blues Caffe. Pediu-lhe que viesse à entrada, para resolver a situação.
Ele chegou lá segundos depois e perguntou porque é que nós ainda estávamos do lado de fora. O semblante dos porteiros alterou-se por completo, ficaram mesmo intimidados, talvez vissem ali as suas promissoras carreiras como gorilas plantados à porta duma discoteca fina de Lisboa, irem com o caralho.
Pediram imensas desculpas, estavam finalmente reduzidos à sua insignificância...
Abrir a porta da discoteca e dizer boa noite aos clientes.
Dentro da discoteca, por fim. O Blues tem um espaço fabuloso, cheio de gajas boas e, aparentemente, também recheado de senhoras cheias de dinheiro, umas quarentonas ricas com desejos dispendiosos por miúdos da minha idade. Até vinha a calhar apanhar uma gaja destas pela frente, tinha ainda de pagar o resto da reparação do meu Astra e quem sabe, poderia inclusive trocar de carro à conta de tão simpáticas senhoras. Dar uma queca por caridade na terceira idade, tem destas coisas.
Estava com cede e fui imediatamente para um dos bares, a Cátia mantinha-se próxima de mim enquanto os outros ficaram à conversa com o gajo que nos tinha convidado.
Eu e a Cátia pedimos dois sumos à menina do bar, toda ela gira, tornou a bebida muito mais saborosa.
Mal acabava de guardar o cartão de Multibanco na carteira, topei numa rapariga a levantar-se da sua mesinha e aproximar-se da minha traseira. Não me senti intimidado, a mulher, nos seus vinte e muitos anos, tinha estilo e era jeitosa. O seu corpinho despertou-me a atenção e a sua cara de anjo era a cereja no cimo do bolo.
Encostou-se de costas para o balcão, já com um copo na mão, e galou-me de cima a baixo. Ela deveria pensar que seria só aparecer e comer o que lhe apetecesse, mas eu teria de a contrariar, apesar de ela não estar muito longe da realidade.
Pedi à Cátia que fosse ter com o resto do grupo, gostaria de saber até onde iriam as intenções desta mulher e se a sua aparente segurança não seria apenas fachada.
Virei-me para o balcão, a bonita mulher estava praticamente colada ao meu braço esquerdo, sem nada entre nós, apenas aquilo que ela pudesse vir a dizer.
Ela olhou uma vez mais para mim, discretamente, pegou na sua bebida e voltou para a sua mesinha. O seu comportamento foi tal como esperava, uma primeira investida para apalpar terreno e matar um pouco da ansiedade, somente com um olhar sobre a sua presa, neste caso eu. Para quem acha difícil engatar uma pita novinha e acabada de nascer para a vida, deveria experimentar com uma mulher já formada e de preferência que fosse da classe alta. Depois desse árduo teste, tudo o resto que lhes parecerá muito mais fácil.
Voltei para junto dos meus amigos, o Zé estava abraçado à Mónica e pareciam bastantes chegados, talvez aquilo fosse apenas tesão do mijo por serem novidade um para o outro.
O Rui continuou à conversa com o seu amigo, peguei na Cátia pela mão e arrastei-a para o meio da pista, o Luís seguiu-nos enquanto o novo casal do grupo ficou aos beijos, numa das mesinhas da discoteca.
As mesinhas, recheadas de grupos de gajas, estavam a poucos metros da pista, os seus olhares vagueavam pelos gajos que dançavam inocentemente. Cheguei a pensar que isto fosse uma discoteca de engate para gente fina, tal era o modo como tudo estava preparado e meticulosamente arranjado, as mesas bem alinhadas e ajudados pela cumplicidade do pessoal que trabalhava nos bares que distribuam bebidas e bilhetinhos de mão em mão. Não, deveria ser tudo imaginação minha, pois então, todas estas belas mulheres e aparentemente ricas, estavam aqui apenas para tomar o seu copo e discutir a roupa que cada um vestia, fazendo principal incidência na zona da cintura, talvez fossem todas designers de cintos para homem e quisessem apenas ver de perto as suas obras. Bem, na verdade, quase todas estas gajas são umas vacas do caralho, deixam os maridos em casa e vêem para estes ambientes na procura de picha juvenil que lhes coma as entranhas, entranhas essas que ficam a descansar na cama no dia seguinte quando o marido cornudo vai trabalhar para arranjar mais dinheiro e lhes pagar estes vícios.
Ainda era cedo, mas rapidamente a pista ficou cheia de gente, a música ambiente deu lugar a um som mais alternativo e estimulou as pessoas para dançarem e abanarem os seus glúteos ao ritmo da mesma.
O Luizinho estava a rir como um parvo, olhei para ele e perguntei-lhe o que se passava.
Olha para aquilo, o Circo chegou à discoteca. – respondeu ele, apontando na direcção duns betos.
De facto era uma coisa caricata, três putos novos, acabavam de entrar no Blues...
Foda-se, que figura aquela.
Estes gajos vêem para aqui, penteados pela mãe e com as roupas do pai.
– acrescentei eu.
O confronto social era mais que evidente, estes rapazitos novos tinham que se ambientar aos costumes da sua classe desde logo em tenra idade, apesar de ficar ridículo ver um miúdo de 16 anos vestido à jogador de golfe, eles estavam contentes e introduziam-se assim desta maneira na vida social que os aguardava desde o berço.
A noite tinha tido o seu momento de comédia, agora estava na hora de esperar pelo ataque das predadoras, que nos observavam das suas mesinhas, já preparadas com o pito aos saltos, mas como é pito de classe alta, dá só meio saltinho. Não sei como elas combinavam entre elas quem engatava quem, mas teria sempre de haver carne para todas.
Vieram duas gajas na nossa direcção, o Luizinho ficou nervoso, queria certamente comer alguma delas.
Aproveitei o ritmo mais pausado da música para me encostar e abraçar à Cátia, livrando-me assim do contacto daquelas feras que se aproximavam. Elas toparam a jogada e mudaram de direcção, para novos horizontes.
O Luizinho ficou sem saber o que se tinha passado, olhava para elas de trás na esperança que elas dessem meia volta mas tal não aconteceu. Elas encostaram-se a outros gajos e esperaram que eles entrassem no jogo de sedução delas, não deveriam ter de esperar muito, elas eram bonitas e os gajos deveriam estar ali também no engate.
Continuámos a nossa noite normalmente na discoteca, terminara agora uma hora desde que lá entrámos e três sumos depois, estava na hora de dar uma mija e deixei o Luizinho com a Cátia, no meio da pista.
Uma das casas de banho fica no andar superior, queria conhecer toda a discoteca e aproveitei para subir lá cima. Ainda nas escadas, senti uma presença feminina sempre por trás de mim, seguia-me discretamente. Subi o resto dos degraus e parei junto ao bar, perguntei ao empregado onde ficava a casa de banho, esperei mais um pouco que ela se aproximasse e, sem surpresa para mim, reparei que era a mesma mulher que me tinha observado assim que entrei na discoteca, junto do outro bar.
Olhei para ela e sorri, ela retribuiu o cumprimento e acenou-me com um copo.
Abanei a cabeça e sentei-me num dos bancos do balcão, estava aflito para mijar mas quis esperar para ver até onde iria este pequeno jogo. Ela chamou o empregado, disse-lhe qualquer coisa baixinho e ele veio ter comigo.
A senhora perguntou se queria beber alguma coisa. – trouxe ele o recado, sorrindo.
Pode ser o mesmo que ela.
Não me quis alongar muito mais em palavras nem trocar recados pelo coitado do barman que deveria ter de comer com estas merdas durante todas as noites da semana.
Ela pegou na sua bebida e sentou-se no banco ao lado do meu, cruzou a perna e levou um cigarro à boca. A gaja sabia o que fazer e esperou pela minha reacção, tirei do bolso o isqueiro que nunca uso e acendi-lhe o cigarro.
Agradeceu e olhou para mim, mais fixamente e sem desviar o olhar.
Encalhei por completo, esta bela desconhecida estava a domar-me como queria e eu pouco mais me limitava do que seguir as suas intenções. Foi então que ela se chegou ainda mais perto de mim e pousou uma mão sobre a minha perna, confesso que tremi e senti-me a perder o controlo sobre o meu próprio corpo.
Queria comer esta tipa, e muito. Não tínhamos trocado uma única palavra e já lhe queria tanto saltar para a espinha.
Olá, chamo-me Carolina. – ouvi a sua voz pela primeira vez.
João, prazer e... obrigado pela bebida.
Falámos um pouco sobre nós, começava a conhecê-la ou aquilo que ela me mostrava, mas eu fazia o mesmo, revelava-lhe apenas um pouco de mim e somente o necessário. Nada de grandes intimidades, ambos sabíamos onde aquilo iria dar e não estávamos para grandes rodeios.
Olha, acabei de sair duma relação atribulada. – disse eu, voltando o olhar para o balcão onde repousava a bebida.
Espera, volta esse olhar lindo para mim... – pediu-me ela.
Carolina, não me quero envolver. – acrescentei eu, inclinando a cabeça na sua direcção.
Só procuro um amigo, João...
Acho eu.
disse ela, sorrindo.
Achas mesmo?!
– perguntei eu, entrando no seu jogo.
Não será de mais dizer que dois minutos depois estávamos fechados na casa de banho do piso superior da discoteca. Engraçado, como algumas palavras se transformam em sexo.
Fomos interrompidos pelo bater na porta da casa de banho, certamente estaria já alguma fila formada na porta da mesma. Estivemos ali fechados durante bastante tempo e acabámos por nos saciar por completo, até que as forças nos faltassem.
A Carolina tinha sugado grande parte da minha energia vital, precisava de combustível, fui então ao bar beber qualquer coisa. Nem acreditava que tinha passado mais de uma hora fechado numa casa de banho com uma mulher que nem conhecia há duas horas atrás e se tinha revelado tanto em tão pouco tempo.
Desci as escadas e fui ao bar mais próximo dos meus amigos, ela passou por trás de mim e apalpou-me o rabo, olhei para trás e sorri para aquela cara de mulher comilona e adorei de ver o seu sorriso.
Abri a carteira para pagar o bacardi lemon, ao arrumar o cartão de Multibanco, reparei num flyer que tinha lá guardado há uns dias quando fui ao ISEL fazer o meu último exame do semestre, desfolhei aquele pequeno papel... Interessante, era um convite para uma festa privada na residência do ISEL.
Peguei na bebida e fui imediatamente falar com os meus amigos sobre a festa. Eles continuavam a dançar, o Luizinho e o Rui faziam companhia à Cátia e o Zé continuava agarrado à Mónica, a miúda deveria ter mel no cú.
Eram duas e pouco da manhã, tínhamos vindo conhecer a discoteca e as suas gentes, estava agora na hora de mudar de ares e ir explorar a festa na nossa faculdade. Acabámos as bebidas e fomos para o ISEL.
Antes de entrar no carro, telefonei para a Andreia, foi ela quem organizou a festa.
Loirinha, vou aí chegar dentro de vinte minutos.
Óptimo, trazes mais alguém?
– perguntou ela.
Sim, três amigos e duas amigas.
Está bem, venham depressa que isto está ao rubro.
– finalizou ela, com um beijo bem sonoro.
Estacionámos os dois carros dentro do parque da faculdade, eles não sabiam ao certo para que tipo de festa iriam e estavam bastante curiosos, a Cátia sorria e lá continuava o Zé agarrado à Mónica.
Já dentro dos portões do ISEL, subimos a pequena rua que nos levou à Residência do Politécnico de Lisboa, ali sedeada nas instalações do ISEL. Abri um pouco do jogo sobre o tema da festa e senti neles um crescente interesse. Tratava-se de uma festa da foda, numas instalações formalmente conhecidas como o sexódromo da faculdade.
Certamente já todos eles tinham ouvido falar deste tipo de festas mas nunca assistido a uma, era agora a grande oportunidade deles e também a minha.
Com a cumplicidade do segurança de serviço, um gajo porreiro com pouco mais da nossa idade, entrámos na Residência e fomos directos para o terceiro andar, onde toda a festa se desenrolava.
Viam-se gajas em top less e algumas apenas em bikini, enquanto os gajos passeavam pelo corredor em tronco nu e de imperial na mão. Havia quem preferisse correr de quarto em quarto com cameras de filmar, mas também sempre com uma imperial na mão.
Era uma festa por completo, no verdadeiro sentido da palavra, sem confusões e apenas muita diversão espalhada por todos os cantos deste andar da Residência. Alguns casais aventuravam-se na sala principal, trocavam carícias e alguns toques mais íntimos diante de toda a gente e, sobretudo, das cameras de filmar.
Distanciei-me das pessoas que chegaram comigo e corri com a Andreia para o seu quarto, tinha imensas saudades daquele pito loiro e estava mortinho para o saborear novamente.
Tínhamos muita conversa a colocar em dia, sobretudo afectiva. As saudades despertadas em nós assim que nos vimos, transportaram-nos de imediato para o seu quarto, a nossa sala de conversações, e discutimos na sua cama, o melhor modo de tratar dos nossos interesses.
Trocámos beijos por todo o corpo, os nossos corpos voltavam a revelar-se aos lábios de cada um e apreciávamos agora cada momento como se fosse o primeiro contacto que tínhamos.
Parecíamos dois adolescentes, completamente enlouquecidos e cheios de hormonas malucas dos cornos a tomarem conta dos nossos movimentos. Acabámos a nossa ligação amorosa com um longo beijo, após litros de suor derramados pelo colchão da sua cama.
A Andreia ficou no quarto a arrumar as coisas, saí para tomar uma bebida e dar uma mija.
Encontrei a Mónica no corredor que separa o quarto da Andreia e a sala da festa, estranhei ela não estar uma vez mais agarrada ao Zé ou vice-versa. Parei quando ela se aproximou e esperei que ela metesse conversa comigo. Não demorou muito para que isso acontecesse, ela já deveria vir com essa intenção.
Olá João, estou a gostar da festa. – começou ela.
Olá. Então fugiste do Zé? – brincava eu, com o facto deles estarem sempre agarrados.
Quem? – perguntava ela, com um olhar de distanciamento.
Começava a notar nela, uma tentativa de se despegar do calor do meu amigo.
Ela encostou-me contra a parede, fui empurrado pelos seus seios...
João, beija-me. – entoava ela baixinho, com os seus lábios próximos dos meus.
Não, beija-me tu.
Ela inclinou-se mais sobre mim, humedeceu os lábios com a língua e fechou os olhos...
Pára, apetece-me uma imperial. – travei os avanços da menina, colocando dois dedos nos seus lábios.
Estúpido, não sabes o que perdes! – gritou ela, visivelmente chateada.
Não sabia o que perdia mas sabia aquilo que não perderia, a amizade do meu amigo Zé.
Fui beber a imperial descansado e voltei novamente a ter aquela sensação de ter a bexiga completamente cheia, mas o vicio pela cevada divina era mais forte que a vontade de mijar e bebi o resto do líquido sagrado. Vagueei pela sala, de copo na mão, observava casais a comerem-se para as cameras que os captavam de vários ângulos, toda a gente gritava e incentivava os novos artistas.
Tinha a Andreia à minha espera no quarto, voltei para lá e cruzei-me novamente com a Mónica no corredor, esta saía da casa de banho e parou junto a mim. Olhou-me nos olhos e pediu um pouco da minha atenção.
Olha, ainda queres aquele beijo? – insistia ela.
Nem por isso, tenho de ir mijar. Volto já. – terminei ali a conversa.
Não fazia isto por mal, esperava que ela me compreendesse, mas não podia entrar neste jogo de sedução com a rapariga que andava a ser comida pelo meu melhor amigo.
Ela encostou-se à parede do afamado corredor de passagem e levou as mãos à cabeça.
Entrei na casa de banho e fui dar a minha mijinha.
Levei alguns minutos para sair, tinha o tanque de combustível bem atestado das imperiais e bacardis que tinha consumido naquela noite, para libertar aquilo tudo, foi um dilúvio.
Saí da casa de banho, agora mais aliviado, reparei que a Mónica ainda estava pelo corredor, agora com um copo de imperial na mão. Fui ter com ela, algo de muito poderoso me arrastava para junto dela, peguei-lhe na mão e arrastei-a para os balneários da Residência, ao fundo do corredor.
Questionava-me constantemente sobre o que estava a fazer mas fui incapaz de parar e ela não se queixou, reparava agora num leve sorriso nos seus lábios. O meu espírito tinha sido possuído pelo demónio e queria agora possuir, literalmente, a doce Mónica que não oferecia a mínima resistência.
Entrámos nos chuveiros e tranquei a porta por dentro, saberia que senão o fizesse, dentro de poucos instantes estaria ali um gajo qualquer com uma camera de filmar na mão e no dia seguinte teria imagens do meu caralho a passear por toda a Internet.
Estás a ser uma menina muito má, sabias? – dizia eu, para a Mónica.
Vá, castiga-me... – pedia ela, apertando-me os tomates.
Abri a água quente dos chuveiros e puxei a fera lá para baixo.
Os nossos corpos rapidamente se encharcaram, só depois tirámos as roupas molhadas.
Ela não queria muitas carícias e eu estava mais numa de rapidinha, juntámos as nossas necessidades à excitação que nos percorria os corpos. Ela virou-se de costas para mim, apoiou as suas mãos nos azulejos dos chuveiros e afastou as pernas.
O sangue rapidamente fluiu todo para um só sitio, cheio de vigor, penetrei a Mónica à canzana e estimulava os seus seios, apertando-os com força. Não iríamos ficar ali muito tempo, os nossos corpos pediam por sexo, não por amor e era isso que fazíamos, apenas sexo, duro e sujo.
Passeei a minha mão pelo seu corpo, parei na sua boca e deixei que ela me mordesse os dedos, continuava a penetrar aquele pito molhado sem parar e sentia os seus gemidos cada vez mais fortes e a sua respiração mais ofegante a cada encavadela que lhe dava.
Toquei-lhe no clítoris com os dedos, antes mordidos por ela, e o seu estado tornou-se crítico, a menina teve o seu primeiro orgasmo. Mudámos de posição, ela virou-se de frente para mim, beijei os seus seios antes de a voltar a penetrar e ela tratava de me massajar suavemente o tolinhas.
Fode-me, caralho. Estás à espera de quê?! – insistia ela comigo.
Levantei-lhe uma perna e encostei-a com firmeza aos azulejos, beijava agora o seu pescoço e ela acabou por introduzir o caralho dentro dela. Voltava novamente a escutar os seus gemidos, fodemos que nem loucos durante mais dois minutos e acabámos por nos vir naquela posição.
Ficámos exaustos, sentei-me no chão e vi a Mónica tomar um duche, ali bem pertinho dela.
As nossas roupas continuavam molhadas, como não haviam outras, vestimos aquelas mesmas e misturámo-nos no meio da festa. Estavam outras pessoas também encharcadas, umas de cerveja, outras de fluidos corporais e acabámos por passar quase despercebidos no meio de tanta gente bêbeda.
Fui ter com a Cátia, tinha convidado a minha bela amiga para sair naquela noite e pouco tempo tinha passado com ela.
Ela brincou com a minha figura, com a sua doçura reconfortou-me e deu-me um pouco do seu calor. Não há nada melhor que uns miminhos sinceros de uma amiga, para nos aquecerem a alma.
O Luizinho tentava-se colar no meio da acção sexual, agora era a vez dum casal amigo nosso desfilar o seu erotismo para as cameras, coitados, estavam os dois bêbados e nem se lembraram que no dia seguinte seriam noticia por toda a faculdade. Foi engraçado ver o Luizinho ao lado das cameras, captando no seu globo ocular, importante material para a sua punheta matinal. Ele não se ficou pelo olhar e juntou-se ao casal de namorados na foda que davam. O gajo comia a namorada, enquanto o Luizinho se ia contentando a chupar-lhe as mamas, ela sorria e parecia estar a gostar.
A Mónica estava novamente junto do meu amigo Zé, no colo dele e interagia com ele como senão tivesse feito nada de anormal antes. Senti alguma pena dele, esta miúda não era a ideal para ele e eu próprio não agi da melhor forma, fiquei mal comigo próprio e de consciência pesada, tinha de lhe contar o sucedido.
Teria também de sair daquele lugar, estava a ficar enojado com o que se passava à minha volta e sobretudo na minha cabeça. Foi então que recebi uma mensagem no telemóvel, era da Carolina, talvez fosse o meu bilhete de saída dali.
Cheguei agora a casa, tanto espaço e eu sozinha aqui.
Estou louca para sentir novamente o teu cheiro e beijar os teus beijos.
Aparece, sinto a falta do teu corpo.
Um beijo, Carolina

Apressei-me a acordar o Rui, que ressonava encostado a um dos sofás e retirei bruscamente o Luizinho do meio do ménage, ele ficou fodido comigo mas prometi-lhe que era por uma boa causa, ele não ficou muito convencido mas concordou depois de lhe prometer que pagaria uma imperial.
O Zé a Mónica levantaram-se do sofá, pareciam alegres e bem dispostos.
Passei pela mesa onde estavam as bebidas, enchi um copo de imperial e dei ao Luizinho, que me olhava com cara de parvo, agarrei também nuns rebuçados para o caminho.
Eram quase cinco da manhã, despedi-me da Andreia e fomos para o parque de estacionamento, onde estavam os carros. Eles olhavam de forma estranha para mim, não sabiam porque tínhamos saído à pressa da festa.
Pensavam que íamos todos juntos para casa e a Cátia entrou imediatamente no meu carro enquanto eles se dirigiam para o carro do Zé, juntamente com a Mónica. Despedi-me ali deles e disse-lhes para esperarem pela Cátia, que iria com eles no mesmo carro. Não me expliquei mais nem lhes disse onde iria, ficaram curiosos como o caralho.
Entraram dentro do carro e esperavam agora pela Cátia.
Abri a porta do meu carro, lá dentro estava já uma morena linda com o cinto de segurança posto mas teria de o tirar em breve, com alguma pena minha por vê-la partir.
Linda, vou ter de ir a um sítio agora. – disse eu.
Está bem, onde vamos? – perguntou ela, inocentemente.
Não, tontinha...
Vou sozinho, é melhor ires para casa no carro do Zé.
– respondi, sorrindo para aquela carinha linda.
Eu vou, até amanhã João. – disse ela, momentos depois.
Espera...
Tenho um presente para ti.
– tentava eu compensá-la.
Mandei a Cátia fechar os olhos, meti a mão ao bolso e tirei um dos rebuçados que tinha fanado na festa.
Ela abriu os olhos e agarrou no rebuçado...
Então, gostas? – perguntava eu, tentando sacar mais um sorriso daquela carinha.
É docinho. – respondeu ela, depois de o colocar na boca.
Não, docinho é esse teu sorriso e os teus olhos castanhos. – acrescentei eu.
Ela sorriu, corou um pouco e fez um beicinho lindo que me deixou louco.
Aproximei os meus lábios dos dela e esperei que ela retribuísse o avanço. A Cátia chegou-se lentamente mais junto de mim e beijou suavemente os meus lábios, com um beijo curto, mas molhado.
Adeus João, diverte-te. – despediu-se ela, saindo depois do carro.
Fiquei sem palavras, liguei o motor e fui ter a casa da Carolina.
Meia hora depois, estava à sua porta, estacionei o carro e subi ao seu andar.
Ela abriu-me a porta, trazia somente uma camisa de dormir, bem curtinha, vestida sobre o seu belo corpo.
A rapariga tem umas belas pernas, perfeição que sobressaía agora pelo pouco que trazia vestido.
Pegou-me na mão e levou-me para o seu quarto.
Fizemos amor no chão do quarto e de janela aberta, estava calor e não encontrámos melhor escapatória para consumarmos toda a nossa excitação. Fiquei cansado, esta tinha sido a quarta foda da noite e todas elas fabricadas a ritmos altíssimos, excepto esta, que foi dada mais na desportiva e mais calmamente.
Encostei a minha cabeça no seu seio e adormeci.


terça-feira, julho 13, 2004

Uma noite inesquecível

Esta história foi nos escrita pelo Zé Luís, meu amigo inseparável de tantas aventuras e que se separou há pouco da sua querida Paula, após tantos deslizes pelo meio de uma relação atribulada.

Acredito que o que faz o Homem são os seus actos e não as palavras que este possa dizer, as palavras que se dizem hoje, amanhã serão esquecidas, mas os actos ficam para sempre. Decidi escrever esta história baseada em factos reais, para tentar imortalizar situações que, apesar de tudo, valem a pena recordar.
Sou o José Luís, amigo do João, Zé para os amigos e considero-me um lutador, pois vivo a minha vida por objectivos e não desisto facilmente de alcançar os mesmos, gosto de me divertir e fazer as outras pessoas divertirem-se, sou realista, sonho apenas com aquilo que vou ser capaz de conseguir, privilegio o sentimento em relação à razão, o que me faz entrar em contradição comigo próprio, uma vez que ao mesmo tempo, tenho de ter sempre razão em tudo aquilo que faço ou digo, pelo menos até que me provem o contrário.
Trabalho no Modelo, como operador de caixa, actividade esta que me deixa frustrado, pois sinto-me um inútil, mas sei que se não estou realizado profissionalmente, é porque não me esforcei para isso; apesar de tudo já valeu a pena ter exercido esta profissão neste local, pois foi aqui que conheci uma rapariga de seu nome Mónica, Tomatinho para mim. Esta alcunha inventada por mim deve-se ao facto de a menina corar com facilidade sempre que se metiam com ela. Foi com esta rapariga que vivi a história que vou escrever a seguir, a Mónica é um ser complexo, não fosse ela mulher, falarei sobre ela adiante.

No dia que a Tomatinho começou a trabalhar no Modelo, aqui o José foi um dos operadores que a ensinou a mexer no material de caixa, não me lembro da primeira impressão que tive dela mas sei que na altura não me despertou grande atenção.
Passado algum tempo, tivemos um arrufo que me deu vontade de rir e ainda hoje sorrio cada vez que me lembro dessa passagem. A Tomatinho trabalha em part-time ao fim-de-semana e às sextas à noite. Numa destas sextas, a menina estava com umas trombas que minha Nossa Senhora, eu nesse dia estava um pouco inseguro na caixa com medo que pudesse voar uma impressora ou um teclado vindos de uma caixa anterior na direcção da minha pessoa, mas tal acabou por não acontecer. Ambos saímos às duas da tarde, mas como cheguei primeiro, tinha o direito que o meu colega Augusto me confirmasse a saída antes de confirmar a da menina, acontece que me pus à conversa com ele e ela mais uma vez mostrou a sua cara de fodida, como quem diz...
Ó vocês se despacham ou levam com a caixa nos cornos!
Eu ao perceber isto, com receio de ser agredido, dei-lhe a minha vez, dizendo ao meu colega as seguintes palavras...
Augusto, faz lá a saída à miúda que ela parece estar com pressa.
Ao que ela respondeu...
Miúda?! Vê lá a quem é que estás a chamar miúda!
Sorri e pensei que se foda esta gaja, deve pensar que já manda ou o caralho.
Saí da Caixa Central e à medida que fui caminhando para o balneário, pensei que tinha de lhe dizer algo. Esperei por ela na entrada do refeitório, quando a vejo, aproximo-me dela, enquanto ela cora, possivelmente receando o que eu lhe pudesse dizer.
Mónica, que idade tens?
Tenho 19.
Então estava tudo explicado, uma rapariga com 19 anos já é uma mulher feita, como é que eu lhe pude chamar miúda? Que estúpido! Pela maneira como me respondeu, cheguei a recear que ela tivesse 40 anos mas parece que não. Expliquei-lhe que aquilo era apenas uma força de expressão e não tencionava ofendê-la, ela aceitou, sorriu e foi-se embora.
Algum tempo depois, voltámos a sair através da nossa amiga Lara. Na altura, a Mónica estava chateada com o namorado e necessitava de desabafar, até esta altura, olhava-a apenas como uma amiga e nada previa que acontecesse o que aconteceu, tentei ajudá-la a superar toda aquela situação.
Voltámos a sair mais algumas vezes por minha iniciativa, até que certo dia, ela convidou-me para sair, disse-me ao telefone que precisava de sair do Barreiro, combinámos a hora que a iria buscar e ambos prometemos pensar num destino para a nossa saída.
O relógio marcava quase oito e meia da noite, quando cheguei a casa dela. Estacionei o carro e dei-lhe um toque.
Ela desceu e quando abriu a porta do carro, olhei-a de cima a baixo e pensei...
Meus Deus, que mulher!
Ela trazia uma camisola preta, botas da mesma cor, um casaco de ganga azul e uma mini-saia do mesmo material e da mesma cor. A caminho de Sesimbra, partilhámos algumas ideias e começamos a conhecer-nos melhor. Fisicamente, a Tomatinho chamava-me mais à atenção pela sua carinha bonita de anjo, com uma mistura de ar malandro e pelas suas pernas, para as quais eu olhei pelo menos durante metade da viagem, não sei se ela reparou, se sim deve ter pensado que eu era um rebarbado, mas não sou, sou apenas um apreciador do corpo feminino!
Com tamanha distracção, é uma sorte estar aqui a escrever esta história, pois poderia ter-me despistado e as consequências poderiam ser irreparáveis.
Chegámos a Sesimbra, estacionei o carro e fomos procurar de um sítio para jantar, a escolha foi difícil porque não tínhamos muito dinheiro. Escolhemos um, cujo nome não me recordo, mas ao qual faço tenções de voltar, sentámo-nos e folheamos o menu a fim de escolhermos o jantar. Pedi chocos grelhados enquanto que ela quis peixe-espada grelhado.
Perguntei-lhe se queria vinho branco, o ideal para acompanhar peixe e a minha bebida de selecção para ocasiões especiais, mas recusou. Tentei fazê-la mudar de ideias mas no fim tive de me contentar com uma imperial, pois o vinho assim como muitas situações da vida, só tem sentido quando partilhado a dois.
Enquanto esperávamos pelo jantar, conversávamos e riamos, senti que estava a conseguir o meu objectivo, fazer nem que fosse só por aquela noite, esquecer os problemas que a atormentavam. Ela sorria e como é bonito o seu sorriso!
O jantar chegou, e já não era sem tempo, começámos a comer muito lentamente, sem nunca pôr fim à conversa, parecíamos ter tanto em comum, a sua voz doce substituía na perfeição a falta de música ambiente. Cortei um pouco de choco e dei-lhe a provar, trincou o pobre animal frito e olhou-me com timidez, desviou o olhar, ao mesmo tempo eu sorri.
Perguntou-me porque sorria, ao que eu respondo com uma pergunta.
Tenho tinta preta nos lábios?
Não. – respondeu ela.
Mas tu tens! – acrescentei eu, imediatamente.
Ela sorriu e procurou um guardanapo, pensei que os meus lábios seriam um guardanapo perfeito para limpar a tinta dos seus, mas...
Finalizamos o jantar com um café. Pedi a conta e entretanto abro a carteira, que se encontrava praticamente vazia, tinha três ou quatro cêntimos a jogarem à sueca. Pensei em voz alta...
Que estúpido! Deixei o dinheiro em casa.
Perguntei-lhe se tinha dinheiro e ela olhou-me de lado.
Só tenho quinze euros! - respondeu ela, friamente.
Todo aquele esforço para te fazer sentir bem tinha sido em vão, pois agora estavas extremamente desiludida comigo e com razão.
Já que a merda estava feita, propus-lhe fugirmos para a praia, ao que ela respondeu...
Foda-se, vais-me fazer correr?
Antes correr que lavar pratos o resto da noite ou ir para a esquadra, não?
Estou-me a cagar, eu não corro!
Mas não corres porque estás a cagar?
Ah! Ah! Ah! Deve ter engolido um palhacinho, o menino!
– respondeu ela, sorrindo.
Vens a bem ou a mal?
Deves ser muita mau tu, para me arrastares daqui a correr.

Levantei-a da cadeira e levei-a ao ombro, ela esperneava e esbracejava por todos os lados mas sem nunca gritar, pois sabia que se os empregados do restaurante ouvissem os seus gritos, iriam no nosso encalço. Acontece que o espernear da menina chamou a atenção dos empregados, um deles começou a perseguir-nos e outro correu para o telefone, talvez para chamar a polícia.
Estávamos agora do outro lado da estrada, ainda um empregado atravessava a porta de entrada do restaurante.
Tínhamos de saltar um pequeno muro que dava acesso à praia, para depois podermos escapar abrigados pela escuridão. Ela estava a ficar pesada e mandei a Mónica para o chão.
Como é, vens ou ficas?
Saltámos juntos, caímos na areia e ao levantarmo-nos ela queixou-se de dores no pé, que deveria estar torcido por ela ter caído mal.
Podes ser o meu cavalo nesta fuga? – perguntou ela.
Só se me souberes montar! – respondi eu.
Sorrimos, ela pôs-se às minhas cavalitas e comecei a correr que nem um cavalo por aquela praia fora, perguntei-lhe se o empregado já tinha saltado o muro, ao que ela respondeu...
Não acredito!
Não acreditas no quê? O gajo vem aí ou não?
Zé, o gajo caiu e enfiou os cornos na areia!
O quê?!

Virei-me rapidamente e quando vejo aquele cromo com a cabeça enfiada na areia, desmanchei-me a rir mas logo recomecei a corrida pois o gajo poderia recuperar os sentidos a todo o momento e além disso, tinha nas minhas costas uma menina que precisava de cuidados e carinhos, pois tinha torcido o seu pezinho.
Corria desenfreadamente pela praia de Sesimbra, pensava para onde seria melhor ir, sabia que não podia ficar por ali durante muito mais tempo, pois a polícia iria vasculhar toda a praia à nossa procura.
Perguntei à Mónica onde achava melhor que nos escondêssemos, ela sugeriu sairmos rapidamente de Sesimbra. Concordei, larguei-a junto a uma rocha e voltei atrás para buscar o carro. Arranjei maneira de chegar ao carro sem ser visto. Arranquei a toda a velocidade e passei pelo restaurante onde já se encontrava a polícia, mais à frente parei na beira da estrada, saltei o muro e fui buscar a minha princesa.
Ela fixou-me com o seu olhar meigo mas ao mesmo tempo provocante, entrámos no carro e arranquei a todo o gás, olhei para o espelho retrovisor e vi um jipe da GNR a aproximar-se. Não esperei para saber se tinham boas intenções e desde logo puxei pelos 55 cavalos do meu Verdusco, são poucos mas bons. Foram atrás de nós mas rapidamente os despistei, pois o jipe deles devia ter mais de vinte anos.
Olhei para a Mónica, agora mais descansado...
Então nina, como está o pezinho? Ainda dói muito?
Já está melhor mas ainda dói um bocadinho.
Queres que eu dê beijinho no dói-dói para passar?
Mas tu estás a conduzir!

Encostei o carro na berma da estrada...
Pronto, agora já não estou. Venha de lá esse pé!
Não, não quero beijinhos no pé.
Pronto, tu é que sabes, podia-te aliviar a dor mas se não queres, não queres.

Quando voltei a pôr o cinto de segurança, ela agarrou firmemente no travão de mão.
Então querida, parece que queres ficar por aqui. – disse eu, admirado.
Eu disse que não queria beijinhos no pé mas não disse que não os queria...
Não querias o quê, nina?
Tu sabes, deixa de ser parvo!
Queres um beijo na boca, é? Eu não trouxe rebuçados e este vai ser o nosso primeiro beijo, para ser especial tem de haver rebuçados no meio, de preferência Vampi...

Deve ter achado que já estava a falar demais, ainda estava a meio da frase, quando me agarrou na cintura e saltou para cima de mim. Olhou-me penetrantemente como um predador olha a sua presa, tudo aquilo era novo para mim, pois eu era um predador que agora estava no papel de presa. Deixei que ela controlasse a situação e desliguei o carro, estava rendido ao seu olhar sedutor.
Avançou com carícias na barriga e beijos no pescoço, respondi com uma carícia na face, seguida de um longo beijo. Os seus lábios são quentes e doces e reacendem em mim uma chama há muito extinta.
Acaricio o seu corpo a partir da ponta dos cabelos, ao passar pelo pescoço, arrepiou-se e recostou no banco. Peguei nela, aproximando-a de mim novamente, parece que os papéis se tinham agora invertido, passando eu a ser o predador. Continuo a percorrer o seu corpo na direcção dos seus seios enquanto ela invadia a minha orelha com a sua língua louca, grande maluca esta menina.
Passei a minha mão por um dos seus seios, sorri, pois são médios e rijinhos, como eu gosto. Os seus mamilos tal como o meu tolinhas estão arrebitados, os nossos corpos estão excitados e sedentos de paixão.
Então Zé?! O que é que estás a fazer? – disse ela, saindo de cima de mim.
Eu não estava a fazer nada. Tu é que saltaste para cima de mim como uma leoa!
Deixa de ser tarado e vamos embora antes que a polícia nos apanhe.
– finalizou ela.
Sorrio, abano a cabeça, incrédulo com o que tinha acontecido, estava com uma força na verga capaz de partir pedra à caralhada. Esta mulher deu o que eu chamo um corte de picha e isto não se faz a ninguém.
Liguei o carro, prossegui a viagem na esperança de ainda dar uma alegria ao meu caralho naquela noite.
Então Mónica, onde vamos agora?
Vamos para casa, amanhã tenho aulas.
– respondeu ela.
Queres que eu te deixe na paragem do autocarro ou vais com o Armando?
Com o Armando?
– perguntava ela, sem saber merda do que eu estava a falar.
Sim, com o Armando, um bocadinho a pé, um bocadinho andando.
Ela fez um sorriso cínico daqueles que ela adora fazer.
Que piadinha, vê lá se não te cai um dentinho. – disse ela, toda fodida.
Não é piada, estou a falar a sério. Não vou para casa agora mas também não te posso proibir de ir.
Então vais para onde?
– perguntou ela, aguardando ansiosa pela minha resposta.
Vou para a praia dos Coelhos.
Praia dos Coelhos?!
Sim, é uma que fica perto da praia da Figueirinha.
O que é que vais fazer à praia dos Coelhos?
– tinha despertado a curiosidade dela.
Vou ver se apanho algum para o almoço! – respondi-lhe, brincando com ela.
Realmente deves te achar muito engraçado, devias era estar no Circo, que é onde está aquele pessoal que pensa que é palhaço.
Antes ser palhaço do que ser uma pita orgulhosa que tem a mania que já é crescida. – dei-lhe o corte que ela merecia.
Está bem Zé, leva lá a bicicleta. – finalizou ela, ficando de trombas.
Conduzi rumo a Setúbal, o relógio marcava vinte minutos depois da uma da manhã, a noite, tal como a minha acompanhante, ainda era uma criança. No caminho para Setúbal, oiço o que me parece ser um peidinho.
Querida, cheira-me a peixe-espada mas tu não arrotaste? – exclamei eu.
Pois não, peidei-me. É para veres e cheirares que me estou a cagar para ti.
Ó sua porca, então o Zé vem passear contigo e cagas-te no carro do Zé?! Pelo menos abre o vidro!

Rimos que nem doidos, tanto que me ia espetando contra outro carro que vinha na faixa oposta.
Ao chegarmos a Setúbal, oiço uma vozinha, que sussurrava...
Zezinho, leva-me a casa, a nina tem sono e está com dores no pezinho.
Não.
– respondi eu.
Ela ficou novamente de trombas.
Aquilo ficou a pesar-me na consciência, tanto que quando cheguei à praia, desliguei o carro e perguntei-lhe se queria mesmo ir para casa.
Não és nada estúpido, há bocado pedi-te para me levares a casa e não quiseste, agora que estamos longe é que me perguntas se eu quero ir para casa. Olha... foda-se.
Eu sabia que toda aquela fúria era só fachada, porque a Mónica lá no fundo é uma mulher muito quente e doce, tinha agora de arranjar maneira de domesticar a fera que ainda estava assanhada.
Desculpa, eu queria passar esta noite contigo num sítio especial, não queria acabar a noite tão cedo.
Sei que errei mas estou disposto a levar-te agora a casa, que dizes?
– perguntei eu.
Agora eu fico aqui, que vamos fazer na praia?
Já te disse, vamos apanhar coelhos para o almoço.
Vá lá Zé, agora a sério.
Eu tenho duas toalhas, podíamos ir para a areia ver a Lua cintilar sobre o mar, as estrelas, eu gosto de apreciar a natureza, que achas?
– perguntei eu, com um sorriso malandro nos lábios.
Tenho sono mas pode ser.
Pois Mónica, já deu o Vitinho, não foi?
Continua com essas boquinhas parvas, para veres se eu não vou para casa a pé.
Então vai, ninguém te impede.
– respondi eu.
Ela saiu do carro e desapareceu na escuridão.
Esperei dois minutos, pensando que voltava, achei melhor ir atrás dela. A miúda é teimosa como o caralho e por mais medo que tivesse de andar pela estrada vazia e apenas iluminada pelo luar, haveria de chegar ao Barreiro sozinha, só para provar que era capaz de o fazer.
Corri para a apanhar, ela olhou para trás, viu que era eu que me aproximava e continuou a caminhada, praticamente arrastando o pé que lhe doía. Cheguei junto dela, agarrei-lhe no braço com força e disse...
És maluca ou quê? Onde é que vais?
Disseste para eu ir a pé, estúpido de merda!
– respondeu ela.
Não sejas parva, estava só a brincar contigo.
Agarrei nela ao colo e trouxe-a de volta à praia, esperneava para a largar mas os seus olhos diziam-me que estava a gostar de estar nos meus braços.
Larga-me! Vou dizer à polícia que me queres violar.
Mas eu nem te toquei! Não obrigo ninguém a nada.
Pois, pois. Com essa conversa das estrelas e da Lua, vocês são todos iguais.
Vem comigo e descontrai-te querida, confia em mim.

Finalmente fez-se silêncio, tinha a noção que ela me tinha dado um voto de confiança.
Estendi as toalhas na areia e deitámo-nos, estava um pouco frio e ela agarrou-se a mim
Não tenhas ideias, só me estou a agarrar a ti porque está frio.
Queres a minha camisola?
– perguntei eu.
Não.
Está bem, tu é que sabes.
– finalizei eu.
Conversámos um pouco, ouvimos o mar, admirámos a Lua e as estrelas.
A sua companhia juntamente com o ambiente envolvente fez-me sentir bem e relaxado.
Ofereci-lhe uma massagem no pé, a qual ela aceitou, para grande espanto meu. Tenho alguma experiência a fazer massagens mas receava magoar ainda mais o seu pezinho, por isso estimulei apenas a circulação do sangue naquela zona, massajando suavemente com o objectivo de lhe aliviar um pouco a dor.
Perguntei-lhe se estava melhor, disse-me que sim e voltei a deitar-me na toalha.
Olhámo-nos fixamente, apetecia-me mordê-la toda começando pelos seus lábios. Tentei então beijá-la, acabando por ser correspondido. O meu caralho era agora o meu cérebro e apalpei o seu rabo firmemente como quem queria arrancar um pedaço e levar para casa. A menina não deve ter gostado e afastou-me com uma chapada.
Seu porco, és um tarado, só te queres aproveitar de mim. – disse ela, sorrindo.
E tu és uma puta que está cheia de vontade de levar na cona, armada em menina de coro.
Foda-se! Nunca pensei que...

Não a deixei terminar o que estava a dizer e beijei aqueles doces lábios, sentia o seu corpo quente e os seus lábios a sorrirem. A linguagem ordinária estimulou a menina e estava agora mais excitada que nunca, o frio que sentia deu lugar a um intenso calor, tirei a camisola que vestia e também a dela enquanto a acariciava. Percorri novamente o seu corpo mas desta vez com a boca, depois de uns beijinhos no pescoço e umas mordidas na orelha, arranquei-lhe o soutien com os dentes, revivi a minha infância chupando os seus mamilos excitados, enquanto ela me acariciava os braços e peito.
Ela quis dominar a situação e virou-me de costas para a areia, percorreu todo o meu peito com os lábios e desapertou lentamente os botões das calças, era torturante, o animal cheio de vontade de sair dos boxers e ela ainda não me tinha tirado as calças.
Assim que as tirou, deparou-se com o bicho firme e hirto como uma barra de ferro, aquela visão fez com que rapidamente me tirasse os boxers e me abocanhasse o animal violentamente, cheguei a temer pela sua vida, pois ela parecia uma criança agarrada a um chupa e parecia convicta a chupar até gastar.
Fez-me vir, sorria ao ver o meu estado de satisfação e ao mesmo tempo de choque, pois não estava nada à espera de tal mamada. Agora era a minha vez de tomar o controlo da situação, deitei a Mónica de costas na areia e despi-lhe lentamente a saia, as suas pernas tremiam e o meu coração, assim como a minha gaita palpitavam.
Mónica encontrava-se agora apenas com o fio dental, que me apressei a tirar após algumas carícias e beijos na barriguinha. Após baixar a cuequinha da menina, deparei com uma tirinha que me agradou bastante e isso manifestou-se na minha erecção, percorri toda aquela zona com a língua, incluindo umas trincas no rabiosque e umas carícias nas coxas. Sempre que a minha língua entrava em contacto com o seu clítoris, ela gemia intensamente de prazer e eu já estava que nem podia.
Ela veio-se e sorrimos de satisfação mas a brincadeira ainda agora tinha começado.
Fode-me cabrão! – sussurrou-me ela ao ouvido.
Respeito muito as senhoras e não perdi tempo, fixámo-nos olhos nos olhos, em seguida ela desviou o olhar e sorriu, pois é uma menina muito tímida.
Penetrei-a profundamente, os gemidos dela excitavam-me e davam-me uma energia inesgotável. Trocámos de posição, ela comandava agora, sentei-me na toalha já cheia de areia, tal era a rebaldaria. Senti areia no cú, foder na natureza tem destas coisas. Ela sentou-se em cima de mim, agarrei naquele cú e puxei-o para mim, primeiro lentamente e depois com mais força, suávamos e arfávamos como doidos. Comecei a uivar à Lua como um louco, ela achou piada e imitou-me, estávamos perfeitamente sincronizados e atingimos o clímax simultaneamente.
Abraçámo-nos e sorrimos, ambos estávamos satisfeitos e felizes por estarmos na companhia um do outro.
Vestimo-nos e caímos na areia, estávamos estafados e nenhum de nós tinha força para conduzir.
Olhamos um para o outro, fiz-lhe umas festinhas na cabeça, abracei o seu corpinho junto a mim, aos poucos vi os seus olhos fecharem e deixei-me levar pelo sono.
Senti claridade e comecei a acordar aos poucos, antes de abrir os olhos procurava a minha companheira daquela noite inesquecível mas ela não estava lá, Assustado, abri os olhos, olhei para o mar e lá estava a minha sereia a nadar, abanei a cabeça, como quem diz, grande maluca esta miúda.
Estávamos em Fevereiro e a água estava muito fria mas mesmo assim despi-me e fui ter com ela.
Mergulhei e dei-lhe um beijo de bom dia.
Então, a água está quentinha, não está? – perguntei eu, todo gelado.
Agora que tu chegaste, está.
Sorri e beijei-a novamente, demos mais uns mergulhos, parecíamos crianças a brincarem na água.
Saímos e vestimo-nos, fomos para o carro e de seguida para casa, na rádio tocava uma música lançada há pouco pelos Three Doors Down chamada Here Without You, aproveitei para lhe dedicar esta música, pois tem a ver sobretudo com saudade, saudade de alguém pelo qual se está irremediavelmente apaixonado, saudades que já sentia sabendo que dentro de pouco tempo me iria separar dela.
Estava com fome e perguntei-lhe se queria tomar o pequeno-almoço comigo, ela aceitou.
Parámos numa casa em Azeitão, famosa pelas tortas da região que serve. A menina pediu uma torta e um néctar de manga e eu pedi duas tortas, uma tosta mista e um sumo de pêssego para mim, porque este corpinho é de muito alimento e além disso ela partiu-me todo na noite anterior, tinha de recarregar baterias.
Fui levá-la a casa, assim que chegámos à porta, peguei-lhe na mão e demos um longo beijo.
Prometemos encontrarmo-nos na noite seguinte, ela abriu a porta da rua e mandou-me um beijo, retribui-lhe o beijo e arranquei cortando em primeira, óbvio que queimei borracha como o caralho, mas caga cenário.
Fui para casa e à medida que me ia aproximando, sentia cada vez mais frio, a sua ausência é como um Inverno para mim. Estacionei o carro, subi para casa, despi-me e deitei-me para descansar um pouco.
A cama é grande e fria, adormeço com a esperança de a ver ao meu lado quando acordar...

segunda-feira, julho 12, 2004

Meza Verde

Era manhã lá fora, acordei nervoso e com o corpo todo dorido. Levantei-me da cama com as marcas bem visíveis da pancada recebida na madrugada anterior, carregava no meu corpo o cheiro aromático da Patrícia, tal como o seu sangue derramado.
Abri a janela do quarto, tive a visão aterradora do pobre estado que o meu carro ficou, todo danificado, com o lado direito todo amachucado e os pneus retalhados.
Tentei não pensar no assunto e meti-me na banheira, não sem antes telefonar para a oficina e anunciar-lhes um novo presente que os aguardava.
Telefonei igualmente ao Zé Luís, agora completamente mergulhado, da cabeça para baixo, num banho turco e acompanhado por um cálice de vinho do Porto. Na noite anterior, tinha recolhido mais cedo a casa para descansar e recuperar das mazelas, ficando na obrigação, assim que acordasse, de me apresentar na esquadra de Polícia da minha zona de residência. Nem era mau de todo, é a mesma onde o pai do Zé Luís trabalha.
Combinei as coisas com ele de modo a me ir buscar à oficina, visto que iria ficar sem carro durante uns dias.
Saí do banho e fui tratar da minha vida. Pela primeira vez, em muitos fins-de-semana, saía de casa antes da hora de almoço, pouco passava das nove da manhã.
O Zé já esperava por mim à porta da oficina, deixei o carro por lá e fomos directos para a esquadra.
Comecei a entrar em stress, o interrogatório prolongava-se, contava o que sabia e o que eles queriam ouvir da minha boca. Os polícias insistiam que lhes escondia qualquer coisa mas como não formaram uma acusação contra mim, tiveram de me deixar sair em liberdade, no entanto, avisaram-me para ter cuidado com os meus passos e com quem me envolvia.
Estive duas horas retido na esquadra, sentia-me exausto e queria relaxar.
Onde queres que te deixe? – perguntou o meu amigo Zé.
Leva-me ao ginásio, se fazes favor. Estou uma merda e preciso duma massagem.
Necessitava urgentemente dumas mãos milagrosas a cuidarem de mim. O Zé foi embora para casa e disse que logo ligaria para saber qualquer coisa da investigação policial, com um sorriso cabrão nos lábios, sabendo ele que eu estava mais que fodido e enterrado até ao pescoço na palhaçada da noite anterior.
Saí dos balneários e, no corredor, avistei um rabinho que me era familiar, aproximei-me do belo naco de carne. Era a minha doce Elsa, uma doçura de mulher, ainda sentia por ela uma química enorme e a chama da nossa paixão reacendia sempre que nos víamos.
Dispensei outras mãos que não fossem as dela, qualquer outro toque seria estranho, comparado com a sua suavidade e calor característico que tanto me excitou no passado.
Trocámos dois beijos de cumprimento mas rapidamente ficámos colados ao corpo um do outro e mais beijos se seguiram... Carícias breves e um minuto depois estávamos fechados na sala de Aeróbica e sem ninguém por perto. Naquela hora não iríamos ser incomodados o quisemos meter em dia a nossa conversa corporal.
As nossas saudades eram imensas, não nos víamos há bastantes dias e os nossos corpos ferviam de excitação. Os beijos desenrolavam-se em carícias múltiplas e cada vez mais penetrantes, as roupas iam caindo no chão e a nossa linguagem corporal estendia-se a todos os horizontes que se iam redescobrindo à medida que ficavam destapados.
Por entre as carícias, obrigatoriamente falámos sobre a aventura na noite anterior, a minha querida enfermeira Elsa já sabia das novidades. O Alexandre entrou no serviço hospitalar dela, naquela madrugada, com uma bala alojada no rabo, dificilmente passaria despercebido.
Deixámos a conversa para outra altura, a excitação era tão intensa que o nosso vocabulário ficou significativamente reduzido a gemidos e gritos de prazer, queríamos dar uma foda e outra utilidade às nossas línguas.
Os nossos corpos entraram em sintonia, a enorme sensação de cansaço que me assombrava o corpo, minutos antes, deixou de existir e esse vazio rapidamente se preencheu com o calor dos curativos da minha enfermeira preferida.
Elsa tinha agora apenas umas cuequinhas brancas vestidas e eu mantinha os meus calções, ainda.
Comecei por brincar com os redondinhos seios da Elsa e apertar aqueles mamilos, estavam rijinhos e completamente espetados. Os meus lábios estavam em permanente contacto com os seus. O calor dos seus beijos aumentava vertiginosamente e estávamos embalados para mais uma maravilhosa sessão de amor.
Permanecia com uma mão no seio direito da Elsa e fazia descer a outra pelas suas costas, sentia o calor do seu corpo e excitava-a cada vez mais. Os meus lábios percorreram pelo seu pescoço e cercaram-se do biquinho dos seus mamilos.
Elsa fez cair a sua mãozinha marota pelo meio peito e penetrou nos meus calções, agarrou-me na gaita e eu baixei os calções. Via no brilho dos seus olhos, o desejo por este momento, apetecia-lhe esta foda, tal como a mim.
A sua boca apoderou-se do tolinhas e não mais o largou até quase me vir, chupava-o vigorosamente alternando com uns beijinhos doces na cabecinha da gaita. Tão querida a Elsa, certamente lembrava-se que aquele pedaço de carne do meu corpo lhe dava imensas alegrias e estava agora a retribuir o afecto.
Pedi-lhe que parasse e disse-lhe que era tempo de eu tratar dela.
Trocámos miminhos, estávamos agora sentados no chão acolchoado da sala de aeróbica, e a minha cabeça desceu para o seu colo. Retirei cuidadosamente as suas cuecas e comecei de imediato a lamber aqueles lábios vaginais. As minhas mãos continuavam nos seus seios, apertava-os e escutava com prazer os seus gemidos.
Elsa agarrou-me no cabelo e empurrou a minha cabeça na direcção da sua bonita rata, povoada por uma pequenina fila de pelinhos acima do clítoris. Lambi cada pedacinho delicioso daquela zona, chupei o seu clítoris e mantive-o entre os dentes, soprando-lhe breves lufadas de ar quente até ela se vir.
A minha enfermeira estava pronta para mais, queria ser penetrada e pediu-me que o fizesse.
Ela deitou-se de costas no chão e inclinou-me sobre o seu corpo, puxei as suas pernas para mim e levantei-as para cima dos ombros. Penetrava agora a Elsa, ela sorria e gemia, beliscando o meu corpo enquanto eu lhe beijava a palma dos pés. Estávamos num êxtase tal e sem precedentes, talvez fosse por culpa das saudades.
Não queríamos ficar simplesmente por ali nem acabar logo com aquele momento, Elsa sentou-se no meu colo e rodopiou sobre mim enquanto se deixava penetrar, encaixando na perfeição no meu corpo e ficámos ali abraçados, aos beijos e fodendo que nem animais.
O clímax estava próximo, levantámo-nos e encostei a minha doce Elsa contra a parede.
Caminhei calmamente para junto daquele corpo maravilhoso, ficava cada vez com mais tesão a cada passo que avançava na sua direcção. Ela tomou-me nos braços e saltou para o meu colo, apoiando as costas na parede.
O sexo tinha-se tornado mais selvagem e muito mais excitante, fodiamos para esgotar o resto das nossas energias e estávamos próximos desse fim. Pouco tempo mais iríamos aguentar àquele ritmo...
Tivemos um orgasmo muito barulhento, pingávamos suor por todos os poros e caímos exaustos no chão.
Aguardámos uns minutos antes de nos vestirmos e ir para os balneários, levei algum tempo para recuperar o fôlego, estávamos ambos bem saciados.
Fomos tomar um duche depois de tanto reboliço, a nossa aula de ginásio estava terminada. Se poucas forças me restavam no corpo quando ali tinha entrado nesta manhã, ainda menos me restariam agora depois da Elsa ter rebentado comigo, uma vez mais. Estava cansado mas com um sorriso nos lábios, até abrir a merda da torneira do duche me parecia uma tormenta e um esforço sobrenatural mas tinha o espírito revitalizado. O tolinhas tinha esguichado que nem um porco, estava feliz e eu também.
Elsa ia entrar no turno das quatro, não dispunha de muito tempo para almoçar mas mesmo assim insistiu que fomos juntos ao Hospital ver o meu amigo Alexandre.
A Diana telefonou-me entretanto, ainda me encontrava no balneário do ginásio. Queria ir almoçar comigo, em parte para falarmos sobre a Patrícia mas também para me agradecer o que tinha feito pela sua irmã.
Acabei de me enxugar, arrumei o saco e esperei pela bela Elsa que saiu poucos minutos depois e fomos no seu carro para o Hospital.
O Luizinho e a Diana esperavam-nos no Hall de entrada e acompanhou-nos na visita ao quarto do Alexandre. Com a influência da Elsa, entrámos pela enfermaria dentro sem que nada nos fosse perguntado.
Mal as portas do elevador se abriram no andar da enfermaria, um certo mau cheiro tomou conta do ambiente, deveria ser aqui que tinham depositado todos os desgraçados que sofreram merdas na noite anterior. Seguimos o rasto até ao quarto onde estava o Alexandre, aquela merda cheirava a adega, possivelmente dos peidos e arrotos alcoolizados que os dois animais que estavam lá dentro teriam dado de noite. Para além do intenso cheiro a vinho, este local parecia um circo de aberrações. Nele estavam dois desgraçados, o Alexandre era um deles, vitimas da atribulada noite anterior. O Alexandre, numa das camas, deitado de rabo para o ar e o outro coitado estava a dormir no chão, tinha pinta de drogado e deveria estar a ressacar.
João! Foda-se, caralho! – gritou o Alexandre, assim que me viu entrar no quarto.
Que triste figura se encontrava este gajo, deitado de barriga para baixo, rabo espetado e sem nada a tapar. Estranhei ele ter o rabo destapado. O Alexandre não parava de resmungar, estava chateado e bastante alterado.
Esse paneleiro tentou-me enrabar, filho da puta.
Está aqui um gajo com uma bala na peida e ainda nos querem foder.

Começava a perceber o porquê de ele estar com o cú destapado e a razão de tamanha agitação.
A Diana ficou boquiaberta, sem saber o que dizer. O Luís ria que nem um parvo e sadicamente com aquela situação enquanto que a Elsa tratava de cobrir o Alexandre com o lençol.
Calma lá, caralho. Conta-me o que se passou. – disse eu.
Esta manha quando acordei... A primeira merda merda que vi foi a cara sorridente desse cabrão a ressonar em cima de mim. – insistia o Alexandre, completamente revoltado.
O tal cabrão continuava a ressonar, agora no chão frio do quarto.
Com a ajuda do Luís, peguei no gajo pelos braços e deitámos o bicho em cima da outra cama do quarto.
A Elsa apressou-se a chamar a enfermeira de serviço e a Diana reconfortava o pobre Alexandre que estava todo fodido e desconfiava ter sido literalmente fodido.
Acorda atrasado! – gritei eu para o cabrão, dando-lhe duas chapadas.
O gajo finalmente acordou, após alguns chocalhos e mais duas chapadas à mistura.
Epah... o que é que queres? – dizia o gajo, babando-se todo.
Ouve lá animal...
Que fizeste ali ao rapaz?
– perguntei-lhe eu.
O que é que queres? Diz lá...
Ele não falou mais que aquilo e voltou a adormecer.
Levou mais um par de estalos, a ver se lhe passava a ressaca.
Que foste fazer para cima dele? És paneleiro ou quê? – insistia eu.
Nele?! Era um gajo?
O cú tinha pêlo... não comi.

Fiquei sem palavras, no meio desta merda toda, consegui achar piada àquele coitado e desmanchei-me a rir. Os únicos que não se riram foram os próprios envolvidos na palhaçada, o Alexandre continuava a resmungar, lançando caralhadas por tudo o que era lado e lá ia chamando de paneleiro ao outro, este nem reagia devido à quantidade de droga que ainda tinha naqueles cornos e voltou a adormecer.
Elsa regressou com algumas colegas ao quarto, fizeram um novo curativo na nalga do Alexandre e deram-lhe uma qualquer coisa para as dores. Foi tão forte que ele caiu imediatamente ferrado no sono e tínhamos agora algum descanso nas nossas cabeças sem aquela gritaria toda.
Eram horas de almoço, Diana insistia que precisava de falar comigo e pediu-me para irmos almoçar juntos, o convite foi também alargado ao Luizinho e à Elsa mas a minha doce enfermeira entrava ao serviço dentro de pouco tempo e recusou o convite.
O Luís veio connosco, pouco mais tinha a fazer ali e também ele precisava de apanhar ar fresco que aquele cheiro a adega estava a deixar todos mal dispostos.
Fomos até Setúbal, a um restaurante na avenida Luísa Todi e bem conhecido pela qualidade do seu peixe. Diana estacionou o carro junto ao cais e aquelas poucas centenas de metros que nos separavam da porta do restaurante foram percorridas sem que uma palavra tivesse sido trocada, num profundo silêncio. Era natural, as memórias da noite anterior permaneciam demasiado vivas e ninguém conhecia a melhor forma de relembrar tudo aquilo.
Diana não sabia por onde começar, penso que ela guardava alguma culpa consigo por aquilo que a Patrícia tinha feito. Reconfortei-a e trocámos as primeiras palavras e emoções ao sabor do bom vinho tinto pedido e de umas deliciosas entradas, tudo se tornou mais fácil e simples de ser revivido, tínhamos sido todos vítimas dum esquema bem montado pela Patrícia mas não lhe guardava rancor, apesar de tudo, tínhamos passado momentos maravilhosos na companhia um do outro.
Perguntei-lhe pela Patrícia... Diana foi vaga na resposta e insisti com ela para me dar alguma resposta concreta.
Algumas garfadas no prato depois e com a refeição quase terminada, Diana contou-me onde a irmã estaria. Sem adiantar muito, disse-me que tudo tinha sido planeado com antecedência e que na verdade não sabia realmente mais nada sobre a Patrícia porque a tinha visto pela última vez, na mesma altura que eu, pouco antes da polícia chegar ao armazém.
Fiquei excitado com a ideia de voltar a ver novamente a Patrícia...
Leva-me até ela! – pedi-lhe eu, afastando o prato e preparando-me para pedir a conta.
João... Sei como te sentes mas as coisas não são assim tão simples.
Por favor Diana, eu adoro a tua irmã. Leva-me contigo até ela.
– voltava eu a insistir.
Está bem, sabia que seria difícil te afastar de tudo isto.
Ontem, quando saímos do Portão, sabia que ela estaria a cometer o maior erro da vida dela e ao comprometer-te com isso deixou-me chateada mas talvez tivesse sido isso que ela quisesse, ligar-te definitivamente ao seu destino.
– disse a Diana, deixando escapar uma lágrima pelo seu lindo rosto.
Elas de facto tinham estado a discutir mas a Patrícia foi curta nas palavras assim que entrou no carro e não quis esclarecer o que se tinha passado lá fora com a irmã, agora sei do que se tratou.
Pagámos a conta e fomos rapidamente para o carro.
Diana conduzia em direcção à serra da Arrábida, ali tão perto e que nos servia de cenário de fundo. Perguntei-lhe, na brincadeira, se ainda queria ir tomar um banho numa das praias da Arrábida antes de ir ter com a Patrícia, ela sorriu discretamente e fez aquele seu olhar delicioso de mistério. Não sabia porque me levava para aqueles lados mas seria algo a ver com a Patrícia.
Tínhamos saído há pouco mais de quinze minutos do restaurante, estávamos já em plena serra e a Diana estacionou o carro na entrada do Parque de Campismo local. Fiquei curioso de saber o motivo de tal paragem.
Porque parámos aqui no Parque?
Tem calma João, já vais ver...
– respondia a Diana.
O Luizinho que tinha permanecido calado durante toda a viagem, dava agora um ar da sua graça...
Eu é que não posso ter mais calma que isto.
Estou mal da barriga. Vou ali cagar, já venho.

A Diana também saiu do carro e foi chamar alguém à portaria.
Quando voltou para o carro, vinha sorridente e desligou o motor.
Seria este Parque de Campismo escondido na serra da Arrábida o seu local de fuga caso algo corresse mal?
Na verdade, algo correu realmente de forma inesperada e possivelmente ela estaria aqui.
Uma jovem aproximou-se do carro da Diana, bateu no vidro e pediu-nos que a seguíssemos. Não era a Patrícia mas sim a amiga dela que lhe forneceu abrigo dentro do Parque. Diana ligou o motor e seguiu a jovem que caminhava devagar nas estradas de terra batida do Parque.
Estacionou agora definitivamente o carro, junto à tenda da misteriosa rapariga.
Saímos do carro e fui procurar o Luizinho, que tinha ido cagar numa das casas de banho do Parque e voltaria assim que o encontrasse.
Entrei numa das casas de banho e lá estava o Luís, ouviam-se os seus gritos à porta, o cagalhão deveria estar difícil de sair. Eram quase quatro da tarde, o almoço ainda nem me tinha assentado no estômago e já queria mandar cá para fora quilos de merda. Entrei num cubículo vazio e caguei toda a merda que me pesava na alma. Demorei algum tempo a vazar a tripa mas o Luizinho ainda continuava às voltas com a sua merda e a julgar pelos gritos do gajo, o assunto parecia demorado. Talvez tivesse ingerido cimento líquido misturado com a bebida, coitado, deve pensar que os gajos duros só cagam merda dura. Agora estava ali agarrado à sanita que se fodia.
Esperei por ele do lado de fora dos lavabos.
Todos aqueles que entretanto saíam de lá, vinham sorridentes e um deles acabou por fazer um comentário...
Chamem uma ambulância, está ali dentro um gajo a morrer!
Ele lá acabou por sair minutos depois, visivelmente mais relaxado e menos barulhento.
A Patrícia já se deveria ter revelado e saído da toca, esperava encontrá-la a qualquer momento.
Chegámos à sua presumível tenda, tinha o fecho aberto e entrei lá dentro.
Os meus olhos encheram-se de lágrimas ao ver aquela bela mulher novamente, não pensei em mais nada e abracei-a, num demorado abraço que terminou com um molhado beijo.
A amiga da Patrícia saiu lá de dentro e o Luís tomou o seu lugar, era uma tenda supostamente para seis pessoas mais não cabiam lá mais de quatro.
João, que fazes aqui?
Pensei que nunca mais me quisesses ver.
– dizia a Patrícia.
Não sejas tontinha, sabes que eu te adoro.
Precisava de te ver e dizer que te perdoo de tudo o que se passou ontem.
Apenas precisava de te ver...

Patrícia não me deixou falar mais, pegou na minha mão e levou-me a passear pelo Parque.
O Luís e a Diana juntaram-se a nós, bebemos um café na esplanada local e a Patrícia explicou-nos o que iria fazer a partir daquele momento. Tinham chegado uns tipos engravatados ao Parque, ela contou-nos que eram os compradores dos diamantes que ela desviou na noite anterior e que com o dinheiro da venda, se mudaria para um sítio bem longe, pelo menos até a situação acalmar.
Esses são os diamantes que faltavam na bolsa que deste ao Marco? – perguntei eu.
Sim, são esses. – respondeu ela, suspirando.
Sabes que íamos morrendo por essa merda!
Patrícia, vê lá no que te metes desta vez.
– alertei eu.
O tempo escasseava, a troca seria feita dentro de uma hora e fora do Parque de Campismo.
Deixámos o carro da Diana dentro do Parque e subimos a Serra a pé, o local não ficava muito longe dos portões do Parque mas era uma caminhada sempre a subir e sob um calor abrasador.
Chegámos finalmente ao local marcado e na hora marcada, tinha sido uma caminhada violenta mas seria um alívio ver a Patrícia desfazer-se daqueles diamantes, poderia ser que metade dos problemas actuais acabasse por desaparecer. Estavam dois gorilas vestidos de preto do lado de fora dum Mercedes também preto e outros tantos lá dentro. Sem dúvida, estes gajos cagavam cenário e a fatiota ficava a matar.
Eles não gostaram da escolta improvisada que a Patrícia levava mas deixaram de se preocupar com a presença de nós os três, assim que viram os diamantes.
Um dos mafiosos, abriu a mala do carro e entregou uma pasta à Patrícia, apertaram a mão e ela regressou para junto de nós. Os gajos meteram-se rapidamente dentro do Mercedes e saíram dali a toda a velocidade, levantando poeira por todo o lado.
Tínhamos a praia no horizonte a pouco mais de cinco quilómetros, era uma vista fabulosa sobre toda a Serra da Arrábida. Fiquei mais descansado, agora que as coisas pareciam menos agitadas e sem os diamantes a interferir nas nossas vidas, pelo menos aparentemente, propus que fizéssemos uma pequena caminhada pela Serra e acabássemos na areia da praia.
Começámos a descer a Serra na direcção do mar, não pelas estradas mas sim a corta-mato.
O terreno era bastante acidentado, não foram poucas as vezes que escorregámos nas pequenas pedras soltas e tropeçámos nas raízes gigantescas daquele local. O pobre Luizinho teve menos sorte, para além de escorregar e cair desamparado no áspero relevo, descobriu da pior forma que não era o primeiro caminhante a cruzar aquele ponto da Serra, já antes outro gajo qualquer tinha lá deixado o seu cagalhão que agora tinha ido de encontro às calças do Luís. Foi a gargalhada geral, o próprio Luizinho sorria deitado em cima do monte de bosta, não se apressando a levantar do chão enquanto não tivesse gozado o suficiente com a situação, talvez de forma a desvalorizar o facto de ter escorregado numas ervas e ter ido a rebolar Serra abaixo até um monte de merda.
A Diana aproveitou para ir fazer um xixi e o Luís tratava de disfarçar a marca do cagalhão impressa nas calças de ganga. Fiquei um pouco a sós com a linda Patrícia, não consegui evitar de a beijar novamente, este seu beijo foi correspondido e senti nela um crescente calor.
Afastei o meu corpo do dela, a Diana tinha voltado e o Luís já se tinha recomposto da queda.
Estávamos a chegar à praia da Figueirinha, algo mais vinha-nos acompanhado aos quatro desde a queda do Luís... era o horrível cheiro a merda que o Luís transportava. Ainda lhe sugeri que deitasse as calças fora e fosse em cuecas para a praia mas merda por merda, lá ficou aquela menos visível e tivemos que aguentar até ele mergulhar vestido nas águas do rio Sado.
As pessoas em volta deveriam de nos achar maluquinhos, acabados de chegar à praia e já um de nós tinha entrado vestido dentro de água, com uma marca bem visível de cagalhão perto da cintura das calças enquanto os outros, nós ali sentados na areia, ríamos que nem parvos.
O Luís voltou da água, o cheiro tinha ido com a maré mas permanecia a marca.
Poucas horas de claridade restavam neste dia, as pessoas começavam a ir embora para as suas casas e a praia ia ficando cada vez mais nossa.
Estávamos ali deitados na areia da praia, tudo o resto à volta deixara de importar, aproveitávamos o momento como se fosse o melhor das nossas vidas e adormecemos com os últimos raios de Sol que nos iluminavam as faces.
Patrícia foi a primeira a acordar e acordou-me a mim.
O Sol estava escondido, a solarenga tarde tinha dado lugar a uma noite bonita, com muitas estrelas visíveis no céu. Acordámos o Luís e a Diana, também eles tinham perdido a noção do tempo e ficaram deslumbrados com o céu que se deparava sobre as suas cabeças.
Era demasiado tarde para voltarmos para o acampamento, a praia estava completamente deserta para além de nós. No relógio já marcava um novo dia, poucos minutos passavam das duas da manhã.
O frio da noite envolvia os nossos corpos, fomos procurar uns paus para fazer uma fogueira.
Fizemos uma fogueira, com a ajuda do isqueiro da Patrícia e as calças do Luís que para pouco mais serviam que serem queimadas. O calor da fogueira aqueceu os nossos corpos mas aquele calor não era sequer comparável com aquele que eu emancipava na direcção da Patrícia. Peguei-lhe na mão e levantei-a para um passeio pela praia.
Afastámo-nos poucos passos da Diana e Luís mas onde a luminosidade da fogueira já não chegava, caímos abraçados na areia da praia e ficámos ali enrolados aos beijos. Apenas rebolávamos felizes pela areia, não houve mais nenhum contacto físico que não aquele, estávamos satisfeitos e saciados.
Voltámos para junto deles, deitei-me na areia e esperei que a Patrícia descesse até junto de mim.
As calças do Luís tinham dado uma boa fogueira mas que agora se extinguia.
O Luís e a Diana abraçaram-se para se abrigarem do frio e adormeceram. Eu e a Patrícia ficámos um pouco mais acordados, queríamos trocar palavras, olhares e acima de tudo sensações. Ela colocou a sua cabeça no meu peito, demos um último beijo e adormecemos.

Algo me estava a acordar...
Sentia o corpo caloroso da Patrícia em cima de mim, à medida que ia abrindo os olhos, mas algo mais estava em contacto comigo. Foda-se, era a língua dum cão. Afastei o bicho da minha cara e ele lá foi à vida dele. A minha cara cheirava e certamente saberia a saliva de rafeiro, desviei a menina para o lado e fui lavar a tromba na água da praia.
Voltei para junto deles, a Patrícia começava a despertar e o Luís continuava abraçado à Diana.
Tínhamos queimado as calças do rapaz na fogueira, foi então que reparei que ele estava mais do que simplesmente dormir. O rapaz estava cheio de tesão do mijo por estar ali abraçado à bela Diana, estaria certamente a ter algum sonho assim mais para o cor-de-rosa e daqueles que acabam com as paredes pintadas de branco. Não conseguia parar de rir ao ver o Luizinho assim. Abanei o gajo... acordou com um sorriso cabrão nos lábios e uma menina linda nos braços. Alertei o gajo para aquele pormenor e ele foi tratar daquilo atrás do barracão dos gelados, a algumas dezenas de metros dali. Foi mijar ou esgalhar o pessegueiro, qualquer uma das situações deveria de lhe resolver o problema momentaneamente.
Acordei a Diana com um beijo na face, sob o olhar atento da Patrícia que depois sorriu.
Diana acordou ao segundo beijo, tinha a face quentinha apesar do frio da noite.
Esperámos que o Luís voltasse do que estava a fazer e regressámos ao Parque de Campismo.
Tinha uma mensagem no telemóvel, era da Elsa.
O Alexandre desapareceu esta manhã do Hospital depois de saber que ia fazer uma endoscopia. A enfermeira de serviço explicou-lhe que era um exame com uma sonda pelo intestino e ele fugiu para a rua, com a bata do Hospital. João, tenta encontrá-lo.
Adeus fofura

Este Alexandre é um maluco do caralho, agora foge do Hospital só com a bata vestida. Coitado, até o compreendia, ser ameaçado de levar com uma sonda pelo peida acima é motivo mais que suficiente.
Caminhámos durante imenso tempo, pressentia que algo de anormal acontecesse assim que chegássemos ao Parque. Estava tudo demasiado calmo, somente escutávamos os nossos passos no asfalto.
Entrámos no Parque de Campismo, exaustos pela longa caminhada e fomos para a tenda. A amiga misteriosa da Patrícia tinha arranjado uma nova tenta, estava montada ao lado da dela e deveria ser para nós, simpática a rapariga.
A Patrícia mostrou-se apreensiva com alguma coisa, pediu as chaves do VW Golf à irmã e disse que tinha de ir urgentemente ao Barreiro guardar o dinheiro da venda dos diamantes. O Luís viu ali uma oportunidade para ir para casa e insistiu com a Patrícia para que esta lhe dessa boleia. Ela aceitou e pediu-me para que eu e a Diana ficássemos a guardar o que estava dentro da tenda.
Eles meteram-se a caminho e eu fui com a Diana para dentro da tenda.
Ainda não tinha recuperado totalmente as forças e quis ir descansar um pouco.
Estava ali deitado ao lado duma mulher linda, aqueles longos cabelos loiros tocavam-me no rosto e um pouco mais profundo ainda, esta rapariga começava a mexer comigo.
Diana estava deitada com a cabeça sobre o meu braço esquerdo, olhou-me fixamente e algo de mágico surgiu naquele momento. Os nossos lábios tocaram-se, puxados por uma força enorme.
A magia alastrou-se para as nossas mãos, estas percorriam livremente pelos corpos que aqueciam cada vez mais a cada toque trocado. Tirámos as nossas roupas, não apenas algo de mágico tinha tomado conta de nós mas também uma parte animal surgia dos nossos corpos e um instinto predatório cada vez mais forte que necessitava de ser saciado.
Penetrava a bela Diana e beijava os seus seios redondinhos com ternura, ela abraçava-me e gemia suavemente ao meu ouvido. Mudámos de ritmo, de posições e de brincadeiras mas a excitação era sempre crescente. A nossa linguagem era simples e entendíamo-nos às mil maravilhas. Os nossos gemidos e suspiros eram suficientes num diálogo que se prolongava por longos momentos, em dois corpos calorosos.
Perdemos a conta ao tempo e a todos os momentos mágicos que vivemos. Diana, na sua voz doce e ofegante, dizia-me que estava saciada e abraçou-me, selando a nossa união com um longo beijo nos lábios que só foi quebrado pelo irritante barulho das sirenes da polícia, lá fora no Parque de Campismo.
Vestimos qualquer à pressa e fomos ver o que se passava.
O carro da Diana estava novamente no Parque e próximo da nossa tenda.
Não havia sinal da Patrícia, seria isto tudo por causa dela? Não sabia mais no que pensar.
Uma voz surgiu por trás de nós...
Enquanto vocês estavam na tenda, ela teve tempo para fugir antes da polícia chegar.
Não a vão encontrar agora, ela sabe para onde vai...

Virei-me para ver quem falava, era a tal amiga misteriosa da Patrícia.
Como assim? – perguntei eu.
Ela deixou as chaves do carro na ignição, podem ir quando quiserem. – finalizou a tal rapariga.
A Diana estava preocupada com a nova fuga da irmã mas também com a possibilidade de ela nos ter visto a fazer amor dentro da tenda. Na altura não demos por nada mas a Patrícia sabe ser bastante subtil quando quer.
Fiquei novamente sem saber do paradeiro da Patrícia e desta vez a Diana também não sabia de nada.
Esperámos que a polícia fizesse as suas buscas pelo Parque e saímos calmamente a caminho de casa.
As nossas vidas tinham mudado, tentámos não pensar no que haveríamos de fazer no futuro e sim relembrámos em conjunto, simplesmente trocando olhares, os belos momentos que passámos horas antes.
Diana deixou-me em casa, despedimo-nos com dois longos beijos nos lábios molhados.
Esta rapariga tinha-se apoderado duma parte de mim, talvez fosse uma virtude de família que a sua irmã também possui.
Despi a minha roupa e meti-me na cama, estava completamente de rastos e sem as mínimas forças para fazer mais alguma coisa que não dormir. Então adormeci.